21/03/2017

Será que as carnes frias não foram "esfriadas" pela própria legislação?

Muita gente tem se manifestado dizendo que não vê problemas em incluir carne de cabeça de porco em embutidos. Eu sou um deles. Outros, que a tal "vitamina C", mesmo em excesso, não é cancerígena. Outros ainda, que o tal "papelão" é na verdade celulose - necessária para estruturar o produto, podendo se usar, alternativamente, algum amido e glúten. Há muitos embutidos cuja tripa é feita de celulose, material que o organismo não absorve.

Quer dizer: o "escândalo" se baseia em supostos procedimentos reprováveis (como reembalar carnes de validade vencida) e boa dose de ignorância, além de padrões culturais tradicionais e desprovidos de cientificidade. Ou seja: praticas condenáveis e preconceitos emergem de forma virulenta.

As coisas realmente reprováveis são fruto de uma estrutura de fiscalização corrupta (dizem que isso é "segredo de polichinelo", embora tolerado por quem sabe), e as duvidosas de padrões culturais que precisam ser discutidos. 

No conjunto, a crise da operação policial permitirá a concorrentes internacionais avançarem sobre fatias do mercado dos frigoríficos brasileiros. Mas também abre a oportunidade de revermos padrões de desenvolvimento em tudo absurdos - pois a pecuária se tornou "grande" por conta do desmatamento e do esbulho de terras indígenas - além de padrões sanitários que nada tem a ver com a saúde humana, macaqueando o higienismo de matriz norte-americana, responsável pela proscrição dos laticínios de leite cru, etc. 

Enfim, faremos dessa oportunidade o que formos capazes de passar a limpo. Uma hipótese é que tudo continuará como dantes quando a crise passar e a corrupção da fiscalização for novamente escamoteada. 













0 comentários:

Postar um comentário